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Inquérito de fake news

Nova censura: ministro do STF manda bloquear redes sociais de 7 investigados

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Foto: Victoria Silva/AFP
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, considerou a reportagem uma "fake news", embora esse conceito ainda seja alvo de controvérsias. Foto: Victoria Silva/AFP (Foto: )

O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou bloquear as redes sociais de sete investigados por supostas fake news contra a Corte – em mais um ato de censura à liberdade de expressão. Moraes argumenta que o inquérito do STF encontrou nessas redes sociais "sérios indícios da prática de crimes" e "graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem". A ordem de censurar as redes sociais consta do mesmo despacho em que Moraes determinou operação de busca e apreensão em endereços dos sete investigados. A operação foi realizada na manhã desta terça-feira (16) pela Polícia Federal (PF).

No mesmo inquérito, Moraes já havia censurado reportagem da revista Crusoé e do site O Antagonista que relatava que o presidente do STF, Dias Toffoli, foi citado na delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Quem são os investigados e do que eles são acusados

As pessoas alvo do bloqueio de suas redes sociais e da operação de busca e apreensão são o general da reserva Paulo Chagas; o policial civil de Goiás Omar Rocha Fagundes; Isabella Sanches de Sousa Trevisani; Carlos Antonio dos Santos; Erminio Aparecido Nadini; Gustavo de Carvalho e Silva; e Sergio Barbosa de Barros. Todos deverão prestar esclarecimentos à PF.

Alexandre de Moraes cita, em seu despacho, que o general Paulo Chagas, por exemplo, teria feito em suas redes sociais "propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política e social com grande repercussão entre seguidores" e que "em pelo menos uma ocasião o investigado defendeu a criação de um Tribunal de Exceção para julgamento dos ministros do STF ou mesmo para substituí-los".

Já Omar Rocha Fagundes é alvo da operação por ter publicado em 14 de março uma postagem em que diz: "O nosso STF é bolivariano, todos alinhados com narcotraficantes e corruptos do país". Dois dias depois, Fagundes publicou: "O Peru fechou a corte suprema do país. Nós também podemos! Pressão total contra o STF". Alexandre de Moraes ainda cita em seu despacho que o policial civil "anda constantemente armado".

Já Isabella Sanches de Sousa Trevisani é investigada por publicar em suas redes sociais: “STF Vergonha Nacional! A vez de vocês está chegando". Outro investigado, Antonio dos Santos foi visto como uma ameaça por Moraes ao afirmar: "É desanimador o fato de tantos brasileiros ficarem alheios ao que a Quadrilha STF vem fazendo contra a nação". Erminio Aparecido Nadin, por sua vez, chamou o STF de "máfia" em suas redes sociais e escreveu: “Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo. Destituição e prisão. Fora STF”. Também disse que o Supremo "protege criminosos, cobra propina de proteção de corruptos, manipula a lei, mata pessoas".

"Minha reação é de achar graça"

O general da reserva Paulo Chagas, alvo de mandado de busca e apreensão do ministro Alexandre de Moraes e da ordem de bloqueio de suas redes sociais, se pronunciou sobre o assunto: "Escrevo sobre o STF há muito tempo. Evito falar mal da Corte, mas não de atos de pessoas da Corte. (...) Minha reação é de achar graça. (...) Não tenho nada para esconder. Tudo o que faço e falo coloco no meu blog."

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